O certo é educar e não punir quem se alimenta mal
Antes de começar a coluna, de fato, já deixo claro: não estou fazendo apologia a refrigerante. Mas, de verdade, não vejo nenhum problema em beber, às vezes, um copo de refrigerante gelado. O excesso é que faz mal, e isso vale para tudo na vida, inclusive para as bebidas açucaradas.
Recentemente, o Ministério da Saúde solicitou à Receita Federal o aumento de 20% no valor do refrigerante, seguindo uma recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde). Quem paga essa conta? O consumidor, mais uma vez.
Na minha opinião, essa é uma medida isolada, que mais rende um show off, ou seja, uma ideia de que realmente há uma preocupação com a saúde da população, do que propriamente uma resolução que se colherá resultados positivos com relação ao problema de sobrepeso e alimentação saudável. Eu finjo que me preocupo com a saúde da população, mas na verdade estou aumentando a receita através de aumento de imposto.
Tive um debate com o ex-ministro da Saúde que era favorável à essa medida e encaminhou o pedido à Receita Federal. Mostrei a ele que de 2006 a 2016, segundo o Vigorem, o brasileiro consumiu menos refrigerante, menos carnes gordurosas e menos sódio, e ainda aumentou o consumo de fibras. Era de se esperar que a obesidade no Brasil diminuísse, mas pelo contrário, aumentou em 60%, foi o pais que mais avançou no mundo nesse quesito.
É preciso criar uma política de saúde pública que mude o estilo de vida da população, que combata o sedentarismo e que melhore a alimentação com medidas simples e possíveis. Mas, nada disso é possível sem informar e educar. E não punir. Mistificar.
Fiz uma intervenção inédita de saúde pública em Jaguariúna em 2016. Durante 1 ano, eu minha equipe nos esforçamos para mudar o estilo de vida da população, baseado, sobretudo na informação, educação e capacitando médicos, enfermeiros, agentes de saúde, professores e agentes públicos. Cerca de 40% da população mudou o estilo de vida. Enquanto o Brasil engordava, Jaguariúna emagrecia e ficava mais saudável e ativa.
A intervenção virou artigo publicado em revista científica internacional. O consumo de refrigerante caiu 27% em um ano, sem aumentar o preço, e muito menos, sem fazer a população gastar mais. Pelo contrário, dando a população a capacidade de decidir melhor e ter um estilo de vida mais saudável. Fica a dica pro novo ministro da saúde, que pode assistir ao vídeo pra se informar!
Até!
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.